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Carta aos Efésios (escrita entre 61 e 63):
O tom geral desta Carta não está muito de acordo com a autoria de Paulo, pois trata-se de uma Carta muito impessoal, faltando o estilo e a linguagem próprios do Apóstolo, e é, por isso, que mais do que uma Carta, esta parece tratar-se de uma espécie de homilia. As poucas referências indirectas a Paulo não chegam para lhe atribuirmos este escrito. Deve, pois, tratar-se de um documento pertencente a um autor que este próximo de Paulo, e que ao dirigir-se aos pagãos convertidos ao cristianismo, fá-lo em nome de São Paulo.
Carta aos Colossenses (escrita entre 61 e 63):
Foi por volta do final do século XVIII ou início da século XIX, que a autoria de Paulo, em relação a esta Carta, foi posta em causa. Nesta Carta são usadas palavras que não se encontram em mais nenhuma parte do Novo Testamento, palavras nunca encontradas nas Cartas de São Paulo e algumas que apenas aparecem na Carta aos Efésios. Além de tudo isto, as repetições são muitas, tal como os sinónimos, além de que é usado um estilo mais solene e os temas mais abordados por São Paulo não são abordados na Carta. Por tudo isto, os que contestam a autoria desta Carta, pensam que esta pode ser de um discípulo de Paulo (talvez Timóteo), ou mesmo um resumo da Carta aos Efésios, pois grande parte do tema das duas Cartas são idênticos.
Carta a Tito (escrita entre 63 e 65):
A autenticidade paulina desta Carta é das mais contestadas, quer pelo vocabulário utilizado, que se afasta bastante do que encontramos nas autênticas Cartas de Paulo, quer pelos problemas tratados, que fazem supor uma fase de desenvolvimento da Igreja posterior à época apostólica. Além disso, a Carta encontra-se redigida num tom muito impessoal, o que não retrata a proximidade de Paulo a Tito.
1.ª e 2.ª Carta a Timóteo (escritas entre 63 e 67):
De todas as Cartas que são, apenas, atribuídas a São Paulo estás são as duas que mais facilmente podem ter sido escritas pelo Apóstolo. Apesar de tudo isto, pensa-se que estas Cartas podem, provavelmente, ter sido escritas por um discípulo de Paulo, que continuou a espalhar a mensagem deixada por São Paulo, ou por um comentarista da época, que a pode ter escrito como relato histórico, talvez várias décadas depois da morte de São Paulo.
2.ª Carta aos Tessalonicenses (escrita entre 66 e 90):
A autenticidade da segunda Carta aos Tessalonicenses é problemática. Por um lado, registam-se numerosas semelhanças literárias entre a primeira e a segunda Carta aos Tessalonicenses, havendo, inclusive, versículos que quase se repetem. Por outro lado, o tom desta segunda Carta aos Tessalonicenses é menos apaixonado, mais solene e, sobre o tema da vinda do Senhor, a perspectiva parece oposta: na primeira Carta a sua vinda seria considerada iminente, enquanto na segunda concentra-se nos sinais que devem precedê-la. Estas diferenças, que podem afastar Paulo da autoria desta Carta, são na opinião de algumas pessoas apenas formas de complementar as duas Cartas.
Carta aos Hebreus (escrita, provavelmente, em 70):
O autor desta Carta é impreciso, tal como o local e a data em que esta pode ter sido escrita. Apesar desta ter sido considerada sempre como uma Carta paulina, sempre foram reconhecidas as suas diferenças em relação às outras Cartas de Paulo, sobretudo no que se refere à forma literária, à linguagem e estilo, e mesmo quanto à doutrina. Terá sido a partir do séc. IV que a sua autoria foi mais posta em causa. A questão continuou controversa ao longo dos tempos, mas actualmente é quase unânime a negação da autenticidade paulina. Pensando-se que a Carta poderá ter sido por um companheiro de viagem ou discípulo de Paulo, pois há vários pontos de convergência entre ela e a doutrina do Apóstolo: a paixão de Cristo como obediência voluntária, a ineficácia da Lei antiga, a dimensão sacrificial e sacerdotal da redenção.